Aos 12 anos Paula Sendim já compunha canções num “inglês fingido”. Depois passou para “inglês de verdade”, e agora que tem 34 anos, canta em catalão.

Fez um pouco de tudo com várias bandas – hip-hop, bossa nova, electrónica, drum and bass, rock mais pesado – mas começou a “ficar farta da distorção” e a guardar algumas músicas para si. A cantautora confessa que a dada altura, o inglês começou a não ser suficiente para tudo o que queria dizer. “Quando não dizia nada servia muito bem”, diz. “Mas quando comecei a querer dar uma ideia exacta, não era suficientemente bom. Então comecei a cantar na minha língua, o catalão.”

Para o Público, cantou Cargolets Valents, ou seja, Caracóis Corajosos, do seu segundo disco, editado em Dezembro de 2013. “É sobre as vivências que cada um tem e que vão marcando o seu carácter e funcionam como filtros. Às vezes torna-se difícil comunicar”, diz.

As relações humanas são um tema de que gosta muito de escrever e cantar. E é através destas que Paula explica a sua opinião sobre o que está errado na relação com Madrid: “É como um casal. Quando há um que não respeita o outro, o outro tem de ir embora.” Aponta a relação com o catalão como um dos motivos, embora no seu caso, a escolha da língua para cantar não tenha a ver com isso.

O que gostaria de votar, agora, era num referendo sobre a independência da Catalunha. Acha que “deviam deixar as pessoas dizer em referendo o que querem”.

Quanto ao voto mais próximo, para as eleições europeias, “parece-me muito longe. Mas quando sair do seu isolamento mediático (está a mudar de casa e por isso com muito pouco acesso a televisão e internet) vai informar-se e decidir. “Claro que irei votar, é das poucas coisas que podemos fazer para mudar algo.

Para acompanhar a cantautora: http://paulasendim.com/