A loja de livros Elephant , em Sófia, mostra-nos rapidamente uma ou outra coisa sobre a Bulgária. Uma é que os búlgaros são “leitores ávidos de inglês”. Mal a loja abriu, a um sábado de manhã, e já há um cliente na parte dos thrillers. “É capaz de demorar um pouco”, avisa Matthew Willis, um dos donos. Outra é que há uma classe média forte e com poder de compra: “Esta loja é a prova disso”, diz Willis.
Matthew Willis, longos cabelos ruivos e olhos azuis, está em Sófia “on e off” há dez anos. “Estava sempre a voltar, fiz contactos, e a dada altura resolvi ficar”. Dada a falta de oferta de livros ingleses, junto com um amigo lançou uma loja online, de seguida uma pequena loja, e agora esta, na rua Tsar Shishman, “the funky street”, como ele diz.
Entram pais à procura de livros para que os seus filhos leiam em inglês, adultos à procura de literatura, numa prateleira está um livro do Winnie the Pooh, noutra um de cartoons da revista New Yorker. “Podem não falar bem inglês mas lêem muito em inglês”, observa Willis.
Por isso não percebe o estereótipo que existe na sua Grã-Bretanha em relação aos búlgaros. “É uma questão usada politicamente”. Falando de política, fica “horrorizado” com a ideia do Governo de Cameron poder acabar por levar a permanência na União Europeia a referendo. Mas não está muito informado sobre as europeias: “Não sigo nada! Oh, devia, não era?”, diz, desconcertantemente. “Mas isto mostra um pouco a atitude britânica em relação à Europa: somos parte da UE mas basicamente ignoramo-la.”
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