Os Txarango cantam sobre muitas coisas: festa e amor, separações e reivindicações sociais. Encontramo-los na praça de Sant Felip Neri, que aparece num dos seus temas, “uma história de despedida num dia em que se celebra o amor”, resume Alguer Miguel, uma das vozes da banda. Todos os dias 23 de Abril fazem, aliás, um concerto-meio-surpresa nesta praça. “Se vier a polícia, fingimos que estamos a fazer uma visita turística”, diz Alguer Miguel a rir. É uma tradição que tem três anos. “A cada ano aparecem mais pessoas.”
A banda é divertida e esse é um dos seus objectivos, mas também são reivindicativos. “Temos músicas sobre como se as pessoas se mexerem podem mudar muitas coisas”. A crise existe, mas eles adaptaram-se. Juntaram-se em 2010 em Barcelona, onde viviam, mas “para sobreviver da música” mudaram-se para uma localidade a 40 quilómetros daqui, em Vic. “É um sítio mais tranquilo” e mais barato.” As rendas das casas, apontam, são metade das que se pagam em Barcelona. “Esta cidade está mais preparada para receber gente de fora do que para que se viva aqui”, queixam-se.
Como são muitos, torna-se difícil ganhar o suficiente com concertos, que vão dando por Espanha e não só – “França, Holanda, Bélgica, Alemanha, Dinamarca, Inglaterra…” enumeram. “Só Portugal não!”, notam. “Gostaríamos muito de tocar em Portugal.”
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