Photon (o nome real é Marcus Hinze) distribui pequenos quadrados de papel com o logo do YouTube e o título do seu novo single numa rua de Friedrichshain, em Berlim.
Fala muito rápido – será que é porque é rapper? – e convida-nos para um concerto na segunda-feira na porta de Brandemburgo, pela liberdade de imprensa. Política, isso interessa-lhe. Não à guerra, não à influência americana, não às políticas de “fronteiras fechadas” à imigração, sobre tudo isso ele faz rimas.
Não só: a União Europeia também é um tema. “Gosto muito da ideia desta Europa, mas não gosto desta Europa”, diz. A crise do Euro aparece no tema do seu single (chamado “Wir sind das Volk”, “nós somos o povo”, o lema das manifestações anti regime na ex-RDA), em que diz: “O euro foi o último prego no caixão da Europa”. Para Photon, a Alemanha “tem culpa”: “Exportamos muito para países como a Grécia – ou Portugal”, diz, notando que a Alemanha tem a ganhar se as pessoas viverem bem nestes países.
Por isso, acha bem que a Alemanha empreste dinheiro à Grécia ou Portugal: “É uma obrigação”, defende.
Mais: “para haver euro, devia haver uma igualdade no custo de vida, nos salários, e não uma disparidade tão grande como há hoje.”
Mas depois de tanta conversa política, chegamos ao tema eleições. “Não voto em nenhum partido – isso seria dizer ‘confio em vocês, legitimo esse sistema’. Mas vou sempre votar. Voto nulo”. Foi isso que fez nas últimas legislativas na Alemanha, em Setembro, é isso que vai fazer nas europeias, em Maio.
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