Todos os dias, desde 14 de Junho a hoje: “Estamos aqui todas as noites, todas”, diz Iulia Maleva, bandeira da Bulgária no braço, bandeira da União Europeia na mão. São mais de 290 dias sem falhar.
“Nessa altura éramos milhares”, diz, num inglês perfeito – muitos juntaram-se para protestar contra o Governo, numa sucessão de razões de protestos, de um projecto imobiliário numa área protegida no Mar Negro a uma nomeação controversa para o Governo, até se virar contra o mau funcionamento das instituições e a corrupção. Para além da reversão da nomeação, não conseguiram nada.
Hoje já estão umas poucas dezenas de pessoas, mas fazem muito barulho.
“Já viu estas grades?”, pergunta Iulia Maleva, apontando para a barreira que cerca o Parlamento. “Os nossos deputados trabalham assim. Porque não trabalham para nós. Trabalham para os oligarcas”, queixa-se.
Porque traz uma bandeira da União Europeia? “Queremos que a União Europeia seja forte”, diz. Um sentimento que só se agudizou com a crise na Crimeia, sublinha.
Despede-se, mas ainda se vira para trás e grita, em português: “venceremos!”
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