O concerto estava marcado para as 21h. Já passava das 22h30 quando Petros Malamas pega na guitarra para começar a cantar. Não sem antes fazer uma apreciação: “O concerto estava marcado para as nove. Vocês chegaram às nove, e ainda tiveram tempo para comer e conversar antes de eu começar”, diz. A sala ri-se. E uma declaração: “Não fazemos as coisas à europeia.”
Malamas pede um cinzeiro – não se pode fumar em espaços interiores, mas toda a gente fuma. A maior consequência desta lei é que os cinzeiros neste bar são tudo menos cinzeiros; alguém dá a Malamas um dos pequenos potes onde se faz, ao lume, o café tradicional grego.
Enrolado o cigarro, acendido e posto no pote-cinzeiro, o cantor pega na guitarra para cantar uma música muito, muito antiga. “Quando eu morrer vão dizer que morreu um bêbado”, começa. “Vou fazer um vestido das folhas de uma roseira e vesti-lo e passar à tua frente para assim queimar o teu coração”, continua.
Dali a pouco, a sala há-de cantar em coro: temas alegres, como um de Mikis Theodorakis, e temas tristes, como um que diz qualquer coisa como: “justiça, por favor não esqueças o meu país”.
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