Ferry ou eurostar? A pergunta põe-se porque no fim-de-semana da Páscoa há tanta gente a viajar que os bilhetes do Eurostar chegam a custar 220 euros (os lugares com desconto para quem tem passe de Interrail custam 90 euros).
Com o ferry demora-se mais, mas é mais barato e a paisagem é melhor. O barco vai cheio de turistas, ouve-se inglês com o sotaque mais inglês possível, francês e alemão, vê-se um ou outro braço musculado com uma tatuagem já antiga a apanhar os primeiros raios de sol do ano, com uma grande cerveja ao pé e ainda não é hora de almoço.
Deixamos para trás a última cidade francesa, Calais, e a Europa. Sim, é assim que os britânicos vêem as coisas: no barco, de uma empresa do Reino Unido, há instruções para adaptar o carro “à Europa”. Quando chegamos a Londres, compramos um adaptador para poder carregar computador e telefones. Este serve para visitantes “da Europa”.
Chegámos à ilha. Para nós foi fácil: pagar um bilhete, mostrar um passaporte. Em Calais, mesmo perto da estação de ferry, há muitos imigrantes a acampar. Para esses, os que conseguirem, a viagem será diferente: pagar a alguém que os ajude a passar, ficar horas e horas metidos debaixo de um camião, com esperança de que este entre no ferry, chegar a território britânico, com mais ou menos documentos para pedir asilo.
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