Viagem à Europa

Um comboio, duas mochilas, a Europa: em vésperas de eleições europeias vamos fazer um Interrail. Vamos parar aqui e ali, de Barcelona a Bruxelas, de Atenas a Berlim, de Sófia a Londres. Os pontos estão marcados no mapa, o espaço é para surpresa.

Budapeste -> Berlim

O revisor mais habilidoso para a multa

O início da viagem tinha sido stressante: espera numa fila para fazer reservas que afinal não eram necessárias, entrar em carruagens já com camas esgotadas depois de diálogos de surdos com revisores, comprar comida já que não havia carruagem bar.

Faltou uma coisa que aliás até então – e já com onze viagens – tinha passado despercebida a todos os revisores excepto um: o preencher a linha da partida e destino de cada uma das viagens num documento anexo ao passe de interrail. Neste caso, faltava apenas esta viagem: Budapeste-Berlim.

Foi comprada a reserva sem problemas mas os passes de interrail ficaram com o revisor, e também não recebemos o recibo de que tínhamos pago a reserva.

Mas estava tudo bem até, um pouco mais tarde, o revisor bater com força na porta. “Não preencheram o bilhete”, diz. Ainda tentamos sugerir: “podemos preencher agora…?”, como já tinha acontecido na única vez que alguém tinha chamado a atenção para a falha. “Multa: pagar o bilhete. 100 euros”. Já com um rol de regras do interrail preparado para estes casos, o revisor mostra que tem razão.

Dizemos que queremos um recibo. Ele ri-se. E outro pequeno problema: não temos dinheiro.

Ok, começa ele a fazer um compromisso. “Digamos que são estudantes. 30 euros cada”. Também não temos 30 euros. Mostramos a carteira, onde sobravam uns forints da viagem. Ele encolhe os ombros e escreve o que faltava escrever no bilhete. Pega no dinheiro, conta, e diz: “Ok, 30 euros”.

É muito menos, mas ficamos assim.

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